O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), 63 anos, foi confirmado neste último domingo (22) como o candidato à Presidência da República nas eleições deste ano pelo Partido Social Liberal (PSL). Embora presente à convenção do partido ao qual se filiou, a advogada Janaina Paschoal disse que ainda não definiu sobre o convite para ser vice.
O partido tem até 5 de agosto para anunciar quem irá compor a chapa. “Nenhum partido anunciou seu vice ainda.
O senador Magno Malta disse que “vai cruzar o Brasil” com o “amigo” Bolsonaro e que espera que o jogo “seja definido ainda no primeiro turno”, “O que eu puder agregar, agregarei.”
O candidato do PSL discursou por 55 minutos para uma plateia inflamada que encheu o salão do Centro de Convenções Sul-América, no centro do Rio de Janeiro, com capacidade para 3 mil pessoas.
“Eu sei o desconforto que venho causando. Eu sou o patinho feio desta história, mas tenho certeza que seremos bonito brevemente”, disse Bolsonaro.
Em discurso, Bolsonaro prometeu fundir ministérios e eliminar indicações políticas em estatais – Fernando Frazão/Agência Brasil.
Apesar de afirmar que seu programa de governo não está concluído, Bolsonaro adiantou que quer excluir o Ministério das Cidades e fundir pastas como Fazenda e Planejamento, assim como Agricultura e Meio Ambiente.
O candidato prometeu ainda, se eleito for, privatizar estatais. Também não adiantou nomes, mas garantiu enxugar a Petrobras, que segundo ele “tem muitos braços”. Também afastou qualquer possibilidade de ocupação política em cargos executivos nos Bancos Central, do Brasil e Caixa Econômica Federal.
A advogada Janaina Paschoal frustrou a plateia, que já a saudava como vice, ao anunciar que ainda não tem resposta ao convite feito pelo partido. Inicialmente, ela pensou no cargo de deputada estadual por São Paulo.
“Nós iniciamos um diálogo bastante profícuo. Entendemos que para uma parceria de quatro anos. Esse diálogo precisa ser mais pormenorizado, porque é um trabalho conjunto. Então não é possível tomar uma decisão em dois dias”, disse ela.
Com exceção dos políticos do PSL, discursaram apenas o general de Exército Augusto Heleno (PRP), que chegou a ser convidado para o cargo de vice, mas não comporá a chapa, e o senador Magno Malta (PR-ES).
No entanto, o isolamento político na campanha até agora foi contestado por Bolsonaro, que garante já ter entendimentos de apoio com 110 parlamentares de partidos do chamado de Centrão e que aparentemente não está preocupado com os restantes.
“Agradeço ao Alckmin por juntar o que há de pior do Brasil ao seu lado”, criticou o candidato.
Participaram da convenção a mulher de Bolsonaro, Michele, os filhos Carlos, Eduardo e Flávio – este último confirmado como candidato do partido ao Senado pelo Rio de Janeiro. Também estavam presentes o coordenador do programa econômico da campanha, o economista Paulo Guedes, o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebbiano, e o vice-presidente nacional, Julian Lemos.
No cenário das pesquisas, Bolsonaro lidera em praticamente todas as regiões do Brasil.