O regime da Coreia do Norte continua desenvolvendo programas nucleares e de mísseis, o que representa uma violação das sanções internacionais impostas ao país, segundo um relatório confidencial das Nações Unidas revelado neste sábado (4) por veículos de imprensa dos Estados Unidos.
O documento, a que a emissora CNN teve acesso, foi elaborado por analistas independentes que apresentam seus resultados a cada seis meses ao Comitê de sanções à Coreia do Norte do do Conselho de Segurança da ONU. O relatório também diz que a Coreia do Norte está desafiando as sanções através de pessoal diplomático e outros indivíduos radicados no exterior e continua vendendo armas convencionais.
O relatório da ONU vem a público no momento em que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, está em Singapura para uma reunião ministerial da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Nesse fórum, ele o afirmou que defende que se mantenha a pressão diplomática e econômica sobre Pyongyang enquanto o país não der passos concretos para desmantelar seu programa nuclear – compromisso firmado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante encontro com o presidente americano, Donald Trump. “Estou otimista em nosso sucesso, mas todos sabemos que vai levar tempo”, observou.
Imagens de satélite datadas de 22 de julho mostram o aparente desmanche de instalações na estação de lançamento de satélites Sohae, na Coreia do Norte (Foto: Handout/Pléiades © Cnes 2018, Distribution Airbus DS/AFP)
Os observadores constataram violações às proibições das exportações norte-coreanas de carvão, ferro, mariscos e outros produtos, que geram milhões de dólares em receitas ao regime de Kim Jong-un.
O documento aponta ainda que a Coreia do Norte recorreu a um “aumento maciço” de transferências ilegais de produtos petrolíferos no mar para driblar as sanções da ONU e contratou um agente sírio para vender armas ao Iêmen e à Líbia.
O texto menciona o traficante de armas sírio Hussein Al-Ali que ofereceu uma gama de armas convencionais e, em alguns casos, mísseis balísticos produzidos na Coreia do Norte a grupos armados.
A transferência de produtos petrolíferos a tanques norte-coreanos continua sendo “um método primário de evasão de sanções” que envolve 40 navios e 130 empresas associadas, descreve a ONU.
Estas violações fizeram com que a última bateria de sanções à península coreana se tornasse “ineficaz”, afirma o documento.